sexta-feira, 23 de setembro de 2011

REFLEJO DE MÍ MISMA

Hola, señor espejo...
¿Cómo le van las cosas?
Yo, cada día más diferente
Hay días en que me reconozco
Hay otros en que creo ser una extraña
No sólo para los demás
Sino para mí, ¡más todavía!

Cómo será mí imagen
Reflejada en ese lado de allá...
Apareceré como una mujer
Bonita, una caricatura
O simplemente como soy...
Semblante y apariencia sencillos
¿Con ojos de apasionada?

Ah, mi espejo confidente...
Ante esta imagen que reflejas
Me reconozco en la mirada presa
En la expresión triste
Con los ojos mojados de añoranza
Por alguien que está lejos
¡Mas seguro que sueña conmigo!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TUDOLETE APIMENTADO

Quando parti
Comecei a serpentear a língua
Por entre as gengivas e os dentes
Buscando o teu gosto...
Alucinada!

Senti um sabor um tanto quente
Provocando um calor intenso
No céu da minha boca
Deixando-me inquieta...
Desassossegada!

Era mais que refrescante
Lembrava algo picante, ardente
Tal qual teus beijos
Macios, cálidos...
Incandescentes!

Então lembrei daquele nosso jantar
E descobri que nunca haverá outro igual
Por mais sofisticado que seja o prato
Saboroso e aromático, mas nunca tão...
Apimentado!

Nenhum outro saciará minha fome
Como aquele tudolete caseiro
Que você preparou em sua casa
Usando ingredientes, tão simples...
Apenas amor e pimenta-de-cheiro!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

OUTRORA

Lembro do circo cheio de palhaços
Animais ferozes, macacos cheios de peraltices
Seus homens equilibristas...

Olha a pipoca quentinha!
Aqui tem sorvete de frutas!
Maçã caramelada é baratinha!
E era assim...
Camelôs por todo lado!

Lá dentro o apresentador gritava:
E o palhaço...o que ele é?
Todos respondiam numa só voz:
É ladrão de mulher!

Ué! Mas...

E a garotinha de tranças?
Para onde ela foi com o saquinho de pipocas
E seu olhar cheio de alegria?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A PONTE

Chegamos atrasados para o espetáculo do por-do-sol
Aquele amarelo-ouro já ía sumindo com o seu brilho
Enquanto a noite descia negra sobre a ponte
Diante daquele mar barulhento de águas azuis
Ficamos a admirar o horizonte longínqüo...

Alí, abraçados a namorar, fomos assistidos pela natureza
E permanecemos na cumplicidade mágica daquele
Tapete de madeira e ferro, por um tempo inesquecível...

A brisa fresca acariciando a nossa pele...
O vento forte soprando nos meus cabelos...
O navio ao longe...naufragado!

Gente que ía e vinha, a passeio...
Casais que ora beijavam-se, ora davam-se às mãos
E entregavam-se em abraços carinhosos...
O barulho das ondas quebrando nas pedras...
Ah, quantas saudades que sinto de tudo...

Do por-do-sol que não vimos
De tudo o mais que poderíamos ter vivido e não vivemos
Da quentura das tuas mãos a segurar as minhas
Dos nossos beijos ardentes, prolongados, apaixonados
Saudades, só saudades...

Da tua essência em mim que se impregnou
Desse amor sem tempo nem idade
Dessa certeza que me deste de ser tão amada
De enxergar em nós tamanha igualdade
Saudades do estar contigo, simplesmente!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BILHETE DE AMOR

Dentro daquela caixinha, uma bolinha de papel amassada...
Nada além que um bilhete de amor desbotado pelo tempo, jogado!
Ao abrir àquela bolinha e reler novamente às tuas palavras de carinho
Senti reacender o antigo êxtase do prazer
Meu semblante decaído, envelhecido, tornou-se inquieto
Cheio de desejos, ligeiramente profanos...

Pouco foi o tempo que escondidos muito nos amamos
No silêncio das madrugadas, no passeio das calçadas
À tardinha à beira-mar, nos aconchegantes quartos dos hotéis
Ah, quão inesquecível é aquele tempo...
Incompreensível é sabermos que não fomos felizes para sempre
Que tivemos que seguir à sós, e em paralelos:
Eu com a minha vida, e você com o seu destino

Hoje, após longos invernos e verões, revivendo aquele nosso amor
Reencontro as saudades guardadas da minha mocidade
Descubro que nesse espaço de tempo, os sonhos se foram
O amor também não resistiu e, desiludido deixou-me sozinha
E completamente perdida!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FOLHAS SOLTAS

Só escrevo verso triste
E são assim porque são teus
Quanta tristeza sinto
Porque sei que nada lês
Tantas folhas soltas
Amassadas, amarelecidas
Papéis rabiscados com amor
Desse amor que é só teu
Para sempre, por toda vida!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A CASA DOS MEUS SONHOS

Sonhei com uma casa simples, só prá nós dois...
Árvores e arbustos por todos os lados
Lá dentro, uma sala com lareira
Na varanda, vasinhos com muitas flores!

Cortinas esvoaçantes nas janelas
E uma colcha branca com babados em tricô
Lavada, engomada, esticada sobre a cama
Um convite exposto ao nosso amor!

Entre os móveis, uma estante...
Nela, nossos livros de poesias e o porta-retratos
Entre os enfeites-miniaturas
Em cada parede, a natureza em quadros!

O chão de terra batida e bem socado
Seria limpo com vassourinha-de-botão
Tudo muito simples, eu queria...
Só para abrigar o meu e o teu coração!

Um alpendre bem amplo e arejado
Onde nos amaríamos no balançar da rede
Aprontaria os alimentos em panelas-de-barro
E no riacho, buscaria água para matar a nossa sede!

A casa seria branquinha com lampiões bem à vista!
Na frente, seria enfeitada com flores sempre-vivas
No fundo do quintal, somente frutas e hortaliças
Seria cercada com papoulas e portões de ripas!

Plantaria angélicas, açucenas, jasmins...
Aromas angelicais não haveriam de faltar
Afinal, teria que ser uma casa diferente
Onde você, comigo, havería de vír morar!

Para construir a casa dos meus sonhos
Carecia de muito pouco, ou quase nada...
Só o nosso amor e um pedaço de chão
Com cheiro bem forte de terra molhada!

Nessa casinha simples, nunca moramos...
Hoje, vivo numa mansão que é um primor!
Para mim, sem nenhum valor...não sou feliz...
Nela, falta você e o nosso amor!